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Manter a boca fechada pode impedir a entrada de moscas, porém não significa cuidar bem dela.
Da mesma forma. não existe “boca livre” para quem tem tártaros amarelados. cáries enormes, canais, mau hálito e gengivite sangrenta. Este quadro de horror em que pode ser transformado um sorriso não pode conviver com as modernas técnicas de prevenção, diagnóstico e reabilitação oral. Pelo menos para uma parcela da população brasileira, a que pode procurar profissionais particulars, a idéia que faz de um dentista não é mais a de um torturador que se utiliza de instrumentos poderosos para causar dor. O dr. Mário Ghelman, é cirurgião-dentista há 22 anos. Ele serve como exemplo dos profissionais da Odontologia que estão cada vez mais voltados para a prevenção, sempre se utilizando da melhor e mais moderna tecnologia.
Mário Ghelman já trabalhou em pronto-socorro público e também no antigo Inamps. Porém desligou-se para se dedicar exclusivamente à clínica particular. Também atuando como consultor do jornal “O Globo” no esclarecimento de dúvidas de leitores, ele recebe seus clientes em um consultório que em nada lembra uma câmara de torturas. Ao contrário, no coração de Copacabana, a sala de espera em tons pastéis e a iluminação suave ajudam a tranqüilizar o paciente, enquanto uma tradicional base para canetas, de mármore, sobre a mesa da secretária imprime a necessária austeridade. Mário Ghelman também não é nada assustador. Simpático e cordial. esclarece dúvidas e responde a perguntas com desembaraço e compreende os medos e curiosidades con que os leigos cercam sua especialidade. Afirma: “A falta de informações de novos métodos de tratamentos, com total ausência de dor, levam o paciente a negligenciar a sua saúde oral'”. Segundo ele, “prevenir é antecipar” recomendando “visita periódica ao dentista, o que possibilita prevenir qualquer tipo de distúrbio oral.” Como se vê, dor é coisa do passado. Pelo menos nos modernos consultórios de dentistas.
Evitar cáries significa controlar a ingestão de açúcar. Já remover a placa bacteriana instalada sobre os dentes também é possível através de uma perfeita
higiene oral. Quando não removida, aí sim, entra o dentista para retirar o tártaro, que é a cristalização da placa não retirada. “A escovação dos dentes e o uso
correto do fio dental é a única maneira de prevenir a cárie e a doença das gengivas”, diz cle, lembrando a existência de evidenciadores de placa que auxiliam a
escovação. Os cremes dentais – ele recomenda os menos abrasivos proque desgastam menos os dentes não têm ação terapêutica comprovada, servindo mais como um estímulo à escovação. De qualquer forma, é evidente que as pessoas hoje se preocupam muito mais com a saúde bucal. Para elas, per exemplo, são lançados no mercado vários produtos, que vão desde o rinse dental para bochecho antes da escovação até fios dentais de vários sabores e aparelinhos para polir e limpar os dentes com esguicho d’água.
Mário Ghelman está para viajar para os Estados Unidos a fim de participar do Congresso da American Dental Association (Associação Dentária Americana), encontro anual que reúne dentistas de todos os lugares do mundo. Lá são sempre expostas as novas e mais
modernas técnicas de reabilitação oral. Para Ghelman, um exemplo de técnica inteiramente superada é a restauração ou obturação feita com amálgama. O amálgama é um composto com cerca de 50% de mercúrio e vem sendo utilizado há mais de cem anos. No entanto, somente há pouco tempo suas consequências começaram a ser pesquisadas. Segundo pesquisadores americanos, em decorrência do excesso de mercúrio no organismo podem surgir complicações neurológicas, cardíacas e imunológicas. “Não há mais dúvidas de que o amálgama provoca esses efeitos”, afirma o dentista que, para a substituição do material, aconselha os compósitos ativados por raio ultravioleta, a porcelana, o ouro ou uma liga de prata, com destaque para a porcelana. Chelman, apesar da liberação do amálgama no Brasil, não o utiliza há quase dez anos. Ilha de modernidade no país do atraso.